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Esta é a história de um casal que se viu forçado pela segunda vez a procurar melhores condições de vida noutro país
Mimi e Paty casaram-se em Maniema, a sua região natal no Leste da República Democrática do Congo (RDC). Paty, agora com 42 anos, é operador de câmara de filmagem e engenheiro eletromecânico, enquanto Mimi, com 35 anos, estudou no Irão e é professora de teologia islâmica. Assolados durante anos pela violência étnica em Maniema, acabaram por decidir deixar o seu país: Paty foi primeiro, em 2014, e Mimi seguiu-o três anos mais tarde.
Reencontraram-se no Brasil, e viveram juntos durante algum tempo em São Paulo, onde tiveram o primeiro filho, agora com três anos de idade. Levavam uma vida confortável e conseguiam enviar algum dinheiro para as famílias, na República Democrática do Congo.
Porém, a pandemia de COVID-19 e a subsequente crise económica colocaram um ponto final na sua estada no Brasil. Na esperança de encontrar trabalho e melhores condições de vida, decidiram dirigir-se para Norte, em direção aos Estados Unidos e ao Canadá, tal como muitas outras pessoas migrantes a viverem em países da América Latina.
Quando partiram, Mimi estava já num estado avançado da gravidez do segundo filho do casal. Partindo do Brasil, atravessaram o Peru, o Equador e a Colômbia. Na floresta tropical de Darién, na Colômbia, conseguiram encontrar um guia, e negociaram para que Mimi pudesse fazer parte da viagem a cavalo. Mas depois, a situação mudou desastrosamente.
“No quarto dia, entre a primeira e a segunda montanha, para lá de uma zona de praia, fomos atacados”, revela Mimi. Contavam-se cinco atacantes, armados com catanas e pistolas. “Irromperam a meio do caminho e eu caí do cavalo. Pensei que o bebé se tinha magoado”. Foram assaltados à mão armada e tiraram-lhes tudo o que tinham. “Dinheiro, telemóveis, documentos, comida, sacos, deixaram-nos sem nada”, relembra Mimi. “Do nosso grupo, levaram raparigas da Venezuela e do Haiti para as violar. Não temos a certeza, mas acreditamos que [os atacantes] estavam a trabalhar com os guias”, sugere.
Paty prossegue: “Depois disso, tivémos de caminhar pela floresta durante sete dias. Fomos deixados para trás pelo grupo, mas conseguimos juntar-nos a outro casal. Atravessámos montanhas, planícies e rios. A certa altura, a minha mulher deixou de conseguir andar. Tinha imensas dores na barriga e pernoitámos à beira de um rio. O bebé nasceu ali a 24 de fevereiro e o casal que estava connosco ajudou-nos com o parto e a cortar o cordão umbilical com uma lâmina afiada. Fui logo procurar ajuda com o meu filho de três anos. Andámos durante três horas e conseguimos alertar um grupo de soldados do SENAFRONT (Serviço Nacional de Fronteiras). Foram eles que nos conseguiram resgatar da floresta e a minha mulher e o bebé foram transportados de helicóptero para o hospital. Estamos muito gratos pelo que eles fizeram. Trataram-nos muito bem”.
Mimi, Paty, o seu filho de três anos, nascido no Brasil, e o bebé recém-nascido no Panamá, receberam apoio prestado por uma equipa da Médicos Sem Fronteiras no Centro de Receção de Migrantes em San Vicente, perto de Metetí. A 11 de março passado, a família retomou a viagem para Norte. Quando se lhes pergunta para onde vão, Mimi responde: “Onde quer que consigamos encontrar trabalho. O nosso objetivo, o nosso ideal, seria chegar aos Estados Unidos ou ao Canadá, mas na verdade dirigimo-nos simplesmente para um sítio onde consigamos encontrar uma forma de continuar com as nossas vidas”.