Estigmatizada e silenciosa, essa doença continua presente de maneira mortal entre a população brasileira, apesar de já haver diagnóstico e tratamento. Mas o que nos impede de enfrentá-la hoje?
1- Políticas públicas brasileiras desatualizadas.
Com base nos avanços científicos, precisamos de uma atualização urgente das políticas públicas brasileiras para o tratamento da tuberculose. no país para o tratamento da tuberculose latente; a incorporação do medicamento bedaquilina – para controle da tuberculose multirresistente a medicamentos –; e o investimento em esforços de formação para reduzir o desconhecimento entre os profissionais da saúde a respeito da doença no país são apenas algumas das medidas necessárias.
2- Os efeitos da pandemia.
Diante da pandemia de COVID-19, muitos pacientes já diagnosticados e em tratamento contra a tuberculose tiveram dificuldade de continuar com suas consultas, uma vez que houve uma redução dos recursos e da aplicação de políticas governamentais contra a TB, e também do quadro de profissionais de saúde que foram alocados no combate à pandemia. O diagnóstico precoce da tuberculose também foi afetado, o que pode mascarar ainda mais a verdadeira situação da doença no país.
3- O impacto sobre as populações vulneráveis.
O país precisa ainda ampliar e dar continuidade às estratégias de atenção às populações já mais vulneráveis à TB, como é o caso das populações privadas de liberdade, daqueles em situação de rua, das populações isoladas (como as indígenas) e das pessoas vivendo com HIV/Aids, sobre as quais o impacto da COVID-19 pode ser catastrófico. Ainda nesse sentido, é preciso trabalhar na produção e divulgação de dados sobre essas populações vulneráveis, principalmente em relação à população indígena.